segunda-feira, 24 de outubro de 2011

NÃO SE FAZ PASTOR COMO ANTIGAMENTE



Já ouviu (ou falou) essa frase? A ideia é a de que há certas características ausentes nos pastores de hoje; o que transmite um sentimento saudosista. Normalmente, a ênfase recai sobre a comum característica de um pastorado mais presente nas casas dos membros; seja por visitação, ou outras atividades como refeições, festas, etc. Em minha função tanto de pastor que discípula e forma outros pastores como de professor de seminário cuja tarefa é a de formar pastores respondo a essa pergunta da seguinte maneira: “Não se faz pastor como antigamente, porque não se faz pastor para antigamente, e sim para o tempo atual”.

Vivemos em um tempo de maior exigência para todas as profissões e vocações. As igrejas de hoje, inclusive as semelhantes à nossa, não possuem mais nem o tamanho, nem o formato, nem os mesmos tipos de membros que antigamente. Vejamos alguns exemplos:

1. As igrejas atualmente são maiores do que as antigas, dificultando o formato
família, onde todos se conhecem e se veem, inclusive durante a semana.

2. As igrejas atualmente possuem estruturas mais modernas, exigindo uma liderança capacitada no administrar, no gerenciar; inclusive um grupo maior e mais capacitado de líderes.

3. As igrejas atualmente possuem uma membresia com maior formação. Muitos são universitários; outros são mestres e até doutores; exigindo dos pastores um preparo mais apurado e profundo para o ensino e a pregação da Palavra. Além disso, a facilidade e a rapidez do conhecimento em nossos dias exigem uma atenção, acompanhamento, e constante reciclagem de seus líderes.

4. As igrejas atualmente vivem em meio à facilidade das formas de comunicação; exigindo um direcionamento e gerenciamento adequado por parte de seus líderes.

5. Enfim, as igrejas atualmente exigem que seus pastores sejam, além de visitadores e conselheiros, exímios pregadores da Palavra; visionários estrategistas; excepcionais administradores; além de velozes na execução das diversas tarefas semanais, principalmente em igrejas que não possuem a ajuda de outras pessoas, como no setor de secretaria. As exigências atuais são maiores, além de mais urgentes.

E tudo isso exige tempo. Muito tempo. E, tempo com qualidade. Para se pregar bem, investe-se no estudo e no desenvolvimento da mesma. Da mesma maneira na arte de ensinar; nas tarefas de aconselhar e de discipular. O tempo é contínuo para a tarefa de administrar, supervisionando o trabalho feito pelos membros, a começar de seus líderes.

É interessante que alguns quando, nos dias atuais, ouvem pastores “antigos” pregando, percebem a diferença da qualidade para com os atuais, e questionam:
“Como pode, possui tanta experiência; há tanto tempo prega; mas está tão distante dos que são formados agora?”
A diferença está no preparo e na pratica desenvolvida em seu tempo: foram formados para o tempo antigo; e possuem dificuldade com os tempos atuais.

Por isso as igrejas crescentemente estão se voltando para a prática bíblica de uma equipe pastoral; pois, além de corresponder com o exemplo das Escrituras, possibilita que o trabalho pastoral seja executado com qualidade em todas as suas áreas de concentração. Evitando assim, inclusive, comparações indevidas com um tempo em que um único pastor executava seu trabalho, mesmo com não tanta profundidade, mas de uma forma aceitável. Tremembé tem se preparado para esta realidade. Ore e contribua para que qualifiquemos nosso ministério pastoral; qualificando assim toda a igreja.


Por Pr. Wagner Amaral