segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Pelo pecado do orgulho

Se, o nosso alvo é a santidade; por que começamos tratando sobre o pecado? Porque sem lidar adequadamente com o pecado, não há possibilidade de santidade. Mas, especificamente, enquanto o pecado não incomodar é impossível experimentar a santidade. Logo, a vida se baseia em simples e decadente aparência.
Conceitos errôneos sobre a santidade advêm de ideias distorcidas quanto à corrupção humana. A essência da mensagem do evangelho é sobre salvação. Salvação do quê? Do pecado. Logo, sem o conhecimento correto do pecado doutrinas como justificação, conversão e santificação não transmitirão sentido real à nossa mente. Por isso, a primeira coisa que Deus faz quando almeja tornar alguém uma nova criatura é iluminar seu coração, mostrando a realidade do pecado em
sua vida; e a urgência da salvação.
Considerando isso, teremos dois momentos nessa mensagem. No primeiro, algumas definições que nos orientarão ao conceito bíblico sobre o pecado; e, ainda, nos preparará para o segundo momento em que consideraremos o pecado do orgulho em nós. Vamos às definições!

1. Definições acerca do pecado:

1.1. Definição.
O pecado é a transgressão da lei de Deus (1 João 3.4). O homem pode quebrar a lei de Deus em seu coração e em seus pensamentos, mesmo quando não há qualquer ato externo e visível de iniquidade (Mateus 5.21ss).
É certo que um homem pode cometer um pecado por ignorância, julgando-se inocente quando na realidade é culpado. Alguns afirmam erroneamente que “o pecado não é pecado enquanto não o percebermos e tomarmos consciência dele”. Na realidade, a ausência de percepção e, consequentemente, de consciência, já é resultado do pecado no homem (Lucas 12.48).

1.2. Origem e fonte.
A pecaminosidade do homem não começa no exterior, e sim em seu interior (Marcos 7.21-23). Trata-se de uma enfermidade de família que herdamos de nossos primeiros pais, Adão e Eva, e com a qual já nascemos. O mais lindo bebê do mundo (os meus) que se tornou o raio-de-sol de uma família, não é como sua mãe o chama com muito amor, um anjinho, nem mesmo inocente; mas, sim, um pecadorzinho. Infelizmente, enquanto em seu berço ou no colo, a criaturinha leva em seu coração as sementes de todo tipo de iniquidade (por isso a seriedade do trabalho no berçário; e na conscientização dos pais) (Romanos 5.12).

1.3. Extensão.
Gênesis 6.5; Jeremias 17.5, 7, 9.
O pecado é um mal que permeia e percorre todas as partes de nossa constituição moral,
bem como cada faculdade de nossas mentes. A própria consciência está tão cega, tão influenciada pelo pecado, que se torna inútil em guiá-lo; a menos que seja iluminada (convertida) pelo Espírito Santo (Isaias 1.5-6). Por isso, Paulo afirmou que antes da ação do Espírito éramos como mortos (Efésios 2.1).
Como resultado de ser criatura de Deus, criado à sua imagem e semelhança, mesmo em meio ao pecado, o homem ainda possui imensa capacidade das artes, e nas ciências em geral. Porém, nas coisas espirituais, que determina sua motivação, está totalmente morto, destituído de amor e temor a Deus. Nessa área ele é deus de si mesmo, tornando-se razão de seu viver.
A maior prova da extensão e do poder do pecado é a insistência com que se apega ao homem, mesmo depois deste ser convertido, tornando-se alvo da ação do Espírito Santo. O pecado não mais exerce domínio sobre o coração do salvo. Está contido, controlado, mortificado pela graça divina. Mas, os próprios conflitos que continuam, a luta em que ele se vê empenhado a cada dia, a vigilância em que é forçado a exercer sobre sua alma mostra o enorme poder e a vitalidade do pecado.
Portanto, feliz é o salvo que compreender isso, e, enquanto se regozija em Cristo Jesus não tem confiança na carne (em si mesmo); e, ao mesmo tempo em que diz: Graças a Deus que nos dá a vitória, nunca se esquece de vigiar e orar para não cair em tentação (Romanos 8.13).

1.4. Do resultado da ofensa.
Por um lado, Deus é o ser eterno e santo. Ele é aquele que lê os pensamentos e os motivos, e não só as ações, e que requer a verdade no íntimo (Salmo 51.6). Nós, por outro lado, criaturas pobres, cegas, inconstantes, enfermas e imperfeitas, incapazes de formar conceitos adequados sobre o sórdido pecado. Não dispomos de prumo adequado para sondar a verdade, e nenhuma medida para avaliar ou apreciá-la. Um cego não pode ver a diferença entre uma obra
prima de Aleijadinho ou Michelangelo. Por isso, não tem noção de quão vil, mesquinho e ofensivo é o pecado aos olhos de Deus. E, assim, procura diminuir esta proporção, segundo a sua concepção de verdade e santidade (Mateus 27.46).

1.5. Sua propensão para enganar.
O que significa palavras como: precipitado, inconstante, impensado, frouxo? Elas demonstram que os homens procuram enganar-se, crendo que o pecado não é tão pecaminoso como Deus diz. Isso pode ser percebido na tendência de alguns crentes em permitir que seus filhos se ocupem com práticas duvidosas, fechando os olhos para os inevitáveis resultados do amor ao dinheiro, da falta de seriedade diante da tentação, da permissão a baixos padrões de vida cristã.
Somos rápidos em esquecer que a tentação ao pecado raramente se apresenta em sua verdadeira identidade, como que dizendo: “Sou o teu inimigo mortal e quero arruinar tua vida para sempre, conduzindo-o ao inferno”. Não! O pecado raramente parece ser pecado, logo no começo. Por isso a recomendação bíblica para vigiar e orar para não cair em tentação. Podemos disfarçar a iniquidade com nomes suaves, mas não podemos alterar sua natureza e caráter aos olhos de Deus.

Diante deste quadro observe as profundas razões que temos para nos humilharmos. Quão pecadores somos aos olhos de Deus. Quão grande é a necessidade que temos da total mudança de coração chamada regeneração, novo nascimento ou conversão. Por isso o autor aos hebreus afirma: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (12.14).
Há um remédio revelado como específico para a necessidade humana; tão largo, extenso, e profundo quanto à doença do homem. Este remédio nos leva a considerar o pecado sem o temer. Com seriedade, sim; mas, sem temor. É a salvação e a santificação graciosa em Cristo Jesus. É a afirmação das Escrituras que diz: embora o pecado tenha abundado, a graça superabundou.
Em meio a essa realidade, por que ainda continuar com o pecado do orgulho?

2. A ignorância chamada orgulho (Jeremias 13.15-17).

2.1. A situação.
Rebeldia do povo (10).

2.2. O problema.
Orgulho, soberba (9-10). O povo que nada era ignorou aquele que o tornou povo. Aquele que o tornou vitorioso; que o elevara a condição elogiável. E, então, começou a gabar-se, confiando em si mesmo. O Senhor o formou e o trouxe para junto de si, exaltando-o para que servissem de testemunho e louvor (11).

2.3. A ação esperada.
Quebrantamento para assumir seu lugar (15-16, 18).

2.4. O resultado.
Perdão (16). A graça de Deus se manifesta poderosa aos que o ouvem. Por isso, encontramos nas Escrituras a exortação: Quem tem ouvidos, ouça.
Castigo (17). O choro se baseia no resultado do pecado (ponto semelhante ao que vimos em Neemias): (1) O fato de pecarem. (2) A tristeza de permanecer no pecado. (3) A consequência devastadora.
O problema do orgulho é que quanto mais se evidencia, e se procura extingui-lo; mais ele se ira, lutando para manter a situação. É a defesa de sua “honra”. Mas, que “honra” seria essa?

Conclusão:
1. Como revelamos nosso orgulho? Na indiferença para com o nosso pecado; e a necessidade de santificação.
1.1. Saber que ignorar a Palavra de Deus traz consequências ruins; e continuar distante dela diariamente.
1.2. Saber que a memorização da Palavra é uma arma eficaz contra o pecado; e não se esforçar nesse exercício.
1.3. Saber que é necessário educar os filhos, ensinando-os a priorizar o Senhor; mas, não fazê-lo, esperando um milagre.
1.4. Saber que o relacionamento indevido ofende o Senhor e traz destruição; e insistir na loucura.
1.5. Saber que é vocacionado para ser igreja, vivendo esta vocação com paixão; mas insistir na frieza e distanciamento.
1.6. Saber nenhum bem ou dinheiro substitui o amor do Senhor; mas, ser obcecado pela concupiscência do mundo.
1.7. Saber que a mentira, a inveja, o orgulho é doentio e destruidor; mas, insistir na soberba que leva a morte.

2. Como mudamos a situação?
2.1. Quebrantando o coração. Isto é, humilhando-se diante do Senhor; estando disposto a mudar de vida.
2.2. Aprendendo e praticando a disciplina espiritual; pois esta é a melhor forma de adorar ao Senhor.
2.2.1. Existimos para adorar ao Senhor? Então, focarei minha vida nesse propósito.
2.2.2. Perdoar é absolutamente correto, e esperado? Então, aprenderei com o Senhor.
2.2.3. Amar é um atributo divino compartilhado? Então, aprenderei a ter compaixão sendo próximo.
2.2.4. Isso (seja o que for) não é virtuoso, não honra o Senhor? Então, deixarei (Filipenses 4.8-9).

O que você precisa deixar para honrar o Senhor,
tornando-se santo?

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O trabalho Razões pelas quais devemos chorar: pelo pecado do orgulho de Wagner Amaral foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Não Adaptada.


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